Sou o fim sem o começo...
Me sinto como a corda bamba...
Sem poder sequer manter
o equilíbrio do artista.
Sou paixão desamparada...
Procuro apenas algo sólido,
Quem sabe o próprio chão,
Meu porto mais provável .
Sou os dias de marasmo...
Mais pareço uma vida que termina.
Sou poeira, sonho apenas com o orvalho
Pra poder enfim pairar.
Sou o avesso da loucura.
Quisera eu ter posse dela...
Leão sem dentes,sem rugido, sem clareira.
Sou uma noite enluarada, sem um dia pra raiar...
Sou riacho sem deságüe...
Vivo apenas o enredo, de tentar assim viver...
Sou estrela que se apaga...
Preguiçosa, se aproveita da alvorada.
Sandra Cotting