domingo, 31 de julho de 2011

Dizimada


Então se fez a luz...
E meus olhos já não viam...
Minha boca já calava...
Meus sentidos rastejavam.
De que servia?
A repentina consciência...
Se meus lábios não podiam econtrar-te...
Se teus olhos brilhavam n’ outra direção...
Dizimada...
O coração petrificado...
O sangue quente... Vermelho...
Já não tinha consistência.
Um corpo inerte...
Exausto de desejo...
Quase inanimado...
Se não fosse a fome voraz.
Onde estão as minhas presas?
Que não se utilizam do instinto...
Onde estás coragem programada?
Me foges bem agora...
Assim me deixas sem saída...
Não posso  ao menos esconder-me...
Não tenho mais a mim...
A essência já não resta...
Sucumbiu.-se a existência.

( Parte integrante do meu livro de poemas "Palavras Soltas")

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